Crise no setor metalúrgico gera demissões no Campo das Vertentes

Desde janeiro de 2015, 110 funcionários do setor de metalurgia foram demitidos em São João del Rei, no Campo das Vertentes. O maior culpado da crise, segundo o sindicato da categoria, é o alto preço da energia elétrica para o setor. Duas das três maiores empresas da área na cidade estão com as atividades suspensas. Empresários do ramo e Prefeitura estão buscando alternativas junto à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Em 2014, o preço do quilowatt-hora (kwh) de energia custava cerca de R$ 80. Atualmente, é negociado a R$ 300. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São João del Rei, o reflexo aparece na baixa produtividade e, consequentemente, nas rescisões.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São João del Rei, Arnaldo Neves dos Passos, afirmou que o empregado é o menos culpado e o maior atingido pela crise. “A realidade dele é difícil, porque ele está sem emprego, com dificuldades. Estamos pagando por uma crise que não criamos”, disse.

Para o diretor do sindicato, Dirley de Castro Valle, a crise pode atrapalhar a expansão do polo metalúrgico. “Todas as pequenas empresas serão afetadas pela pausa na produção das grandes (empresas). São elas (as pequenas) que funcionam como prestadoras de serviço”, afirmou.

Hoje, as metalúrgicas representam cerca 45% da economia de São João del Rei. Por isso, o Executivo se aliou aos empresários para buscar alternativas junto à Cemig, a fim de reverter a situação. Segundo o prefeito da cidade, Helvécio Luiz Reis, falta bom senso da fornecedora de energia “A empresa apresenta uma proposta que não agrada aos empresários. Para eles (empresários), o preço do kwh deveria cair pela metade. Se encontrarmos uma solução para isso, viabilizaria os negócios. Mas a Cemig insiste na proposta de valor presente mais alto”, concluiu.

A Cemig informou nota em que afirma que não vai se pronunciar sobre a negociação.

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