Efeito da crise, demissões crescem 26% em metalúrgicas de Piracicaba

 O número de de trabalhadores demitidos do setor de metalurgia de Piracicaba (SP) é 26,6% maior nos primeiros 4 meses de 2015, se comparado ao mesmo período de 2014. De acordo com balanço do sindicato da categoria, atualmente há 22 mil funcionários empregados, ante 30 mil na mesma época do ano passado. A entidade associa o momento desfavorável à crise financeira do país. 

Dezenas de empregados demitidos aguardavam para fazer a homologação no Sindicato dos Metalúrgicos em Piracicaba (SP) nesta sexta-feira (24). A média tem sido de 50 homologações por dia, com agenda cheia até o fim do mês, segundo o presidente José Florence da Silva. “Nunca vi algo como esta crise", disse.

Em todo ano de 2014 foram 5,8 mil desligamentos. De janeiro a abril de 2015, foram registradas 1.843 demissões. Praticamente 50% dos demitidos trabalhavam em indústrias que dão suporte e manutenção para as usinas de álcool e açúcar. O sindicato chegou a contratar funcionários para dar conta da demanda.

Wilson Godoy Pedro é um dos que perderam emprego. Ele foi dispensado da empresa em que trabalhava há quatro anos como moldador. “Ele (patrão) me procurou e disse que não tinha muito serviço e, por isso, não teria como me pagar”, disse.

A crise atinge também as pequenas fábricas e os fornecedores. Irineu Muniz Júnior sentiu no bolso. Sem pedidos, as duas máquinas de sua empresa de estão paradas há 60 dias.

O número de funcionários também diminuiu. Para não ter mais prejuízos, a saída foi investir em outras áreas, como a mineração.

A empresa de Irineu trabalha com corte de chapas, soldas e usinagem e não vê perspectivas de melhoras no setor. Um dos maiores problemas enfrentados é a dificuldade em receber pelo serviço prestado.

A categoria dos metalúrgicos está dividida em três setores, o de máquinas, o automotivo e o sucroalcooleiro, que é o que mais sofre os efeitos da crise, segundo o presidente do sindicato.

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